Pensar em Gênero e
Identidade conjuntamente significa discutir um tema que, em função de sua
complexidade, exige o seu entendimento em vários níveis de reflexão e análise.
Isso se deve, primeiramente, ao fato de estarmos elaborando as relações entre
os sexos, na sua perspectiva cultural, e os seus significados específicos para
a América Latina, o que, em síntese, pressupõe uma reflexão sobre a
“diferença”, nas práticas cotidianas, na elaboração do discurso, no processo de
socialização e na construção de identidade social de gênero.
Assim, é preciso falar
de “marianismo”, “machismo” e relações de gênero, o que exige que juntemos de
um só vez todas as peças que pode parecer um quebra-cabeça, mas que resulta na
visualização teórica das relações entre os sexos, que nada mais são do que
formas de representação cultural do nosso processo de socialização.
Significa entendermos,
além disso, que estamos elaborando o conceito da “diferença” como algo
dinâmico, o que pode modificar interpretações de grandes temas históricos. E
hoje os historiadores, bem como os pesquisadores em geral, têm que estar
alertas as mudanças sociais e também a noção de pluralidade.
Logo é preciso estar
alerta as diferenças entre homens e mulheres, entre gênero e raça, entre gênero
e classe, entre gênero e cultura,compreendendo, por exemplo, que “identidade” é
um conceito dinâmico e que muitas vezes o conceito de gênero vindo a seguir as
questões relacionadas ao “Marianismo”, “Machismo”, e Relações de Gênero é
construído diferente nas diversas classes sociais.
E é partindo desse
quadro de preocupações que propomos a discussão do tema em dois grandes
segmentos. O primeiro volta-se para a elaboração do discurso e a construção da
identidade social de gênero, vindo a seguir as questões relacionadas ao
“Marianismo”, “Machismo”, e Relações de Gênero, fundamentais para a compreensão
da realidade latina- americana nos séculos XIX e XX.
(Eni de Mesquita Samara
12, 13,14: GÊNERO EM DEBATE).
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